quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

ela conta...e eu desenho.



No meio da conversa....mal sabia se estavam no meio de alguma coisa.
a única certeza era a de que nem eram mais as goladas de vodka barata que o deixava tão zonzo, a fumaça toda, a música, a marca dos mamilos eriçados na blusa fina....ela teria um piercing ali?
Pensava, enquanto alguém falava de ..........., pensava em escorregar a língua pelo pescoço cheio de pintas , mergulhando num decote absurdo....pra descobrir bem no meio de tanta gente.
E ela dizia alto, o som da festa não deixava sussurrar, dizia que quem sabe!

Bebia caipirinha, dedos longos, lábios grossos, dentes levemente separados...a mocinha procurava o canudo com a lígua quando o perdia.,...a mocinha o lambia antes de engolir.A mocinha foi chupar o mocinho no banheiro da boate....

(ele saiu com um hematoma..e ela com 4. Hummmmmmmm)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

quinta-feira, 19 de junho de 2008

ai que saudade, vovô...

job for a cowboy

vc merece isso tudo?

mal me quer...

warm-up



É uma marca. Uma impressão. Horas depois do fato, permanecemos com um lembrete do acontecido. O problema é que é um lembrete para os outros, não para nós. Seja o bigode que sorveu um tanto do líquido, o nariz que se lambuzou no processo, o queixo que, de tanto esfregar, assumiu o odor característico da região - e porque não dizer - do ato. E não percebemos. A nós o cheiro não chega, só percebemos ao trazer uma mão ao rosto, enfim respirando o doce aroma que permanece. Como se ficássemos com o rosto dormente, uma boca que se recusa a se livrar da gravura olfatória da atividade. Um corpo tentando lembrar de outro corpo - e porque não dizer - de um ato. Água e tudo iria embora. Mas não nos limpamos logo após. Dificilmente pensamos logo após. Não há nenhum de nós que não queira permanecer nesse após, portanto quando precisamos parar, é porque precisamos correr. Levantar, manter aparências, dizer olás educados, beijinhos de adeus, apertos de mão, sinais escondidos de "te ligo", saída pela esquerda. É assim que algumas marcam território, é assim que outras descobrem que um de nós temos dona, assim que sem querer uma sogra descobre a depravação de sua tão pura filha, assim que chegamos a um espelho - quem sabe num elevador - e percebemos que a danada estava menstruada e não disse nada.


Claro, gata, feminismo e tal. Esse negócio de sociedade patriarcal tá por fora mesmo, essa coisa de "lugar de mulher é na cozinha", tudo retrô, gata. Tipo, mó do passado aí. A mulher também é gente, nénão? Capaz de tudo que o homem pode. Se um homem, tipo, faz alguma coisa, a mulher também pode, qualquer coisa, nénão? E não é porque é mulher que tem que pegar leve, porque, tipo, homem não aguentaria dor de parto, porque é a maior dor que tem, e tipo, a gente tem umas pedras nos rins e já choramos pra caramba - é científico e tal, eu li numa revista. Então, eu entendo, gata. Eu saco qualé a tua. Feminismo e tal, gata. Eu me compadeço da dor secular, do rebaixamento que, tipo, nós homens botamos pra cima de vocês. Eu sou contra todo tipo de rebaixamento das mulheres. Por isso, faz todo o trabalho hoje, gata, que o papai aqui tá cansadão.



Era um cara bonzinho, bacana, respeitoso, nunca machucaria uma mosca. Bom rapaz, direitinho, desse jeito não tem mais. Talvez fosse por isso que elas pediam - imploravam! - que ele as estapeasse - "só um tapinha". Com ele era tanto "posso isso?", "posso aquilo?", tanto rascunho de toque antes da pegada arte-final, que elas acabavam por escolher um tantinho de submissão pra balancear o processo. Um tantinho - entre tantos - que elas não precisariam comandar. E ele batia, com ressalvas. Devagar, era quase um carinho. Toda mulher que pedia era a mesma história. Ele batia de levinho, elas pediam mais, ele batia mais forte, elas pediam mais, ele batia na medida certa - e parava a história toda, preocupado pra perguntar se doía - elas se chateavam, nem esperavam acabar, desistiam da história toda, se vestiam, iam embora. Até que teve uma moça que sugeriu, baixinho, "bate", e quando ele bateu de levinho e ela não respondeu nada - nenhum traço de resposta - ele se sentiu emasculado. Pegou pesado. Bateu forte e não perguntou se doeu. A moça quieta. Ele bateu mais forte ainda. Ela começou a gemer. Ele pesou a mão e foi fundo no tapa. E noutro. E noutro. Foi sensacional. Foi então que ela olhou pra trás e ordenou, "me dá um soco". Ele se chateou, não esperou acabar, desistiu da história toda, se vestiu e foi embora.