quinta-feira, 19 de junho de 2008



Era um cara bonzinho, bacana, respeitoso, nunca machucaria uma mosca. Bom rapaz, direitinho, desse jeito não tem mais. Talvez fosse por isso que elas pediam - imploravam! - que ele as estapeasse - "só um tapinha". Com ele era tanto "posso isso?", "posso aquilo?", tanto rascunho de toque antes da pegada arte-final, que elas acabavam por escolher um tantinho de submissão pra balancear o processo. Um tantinho - entre tantos - que elas não precisariam comandar. E ele batia, com ressalvas. Devagar, era quase um carinho. Toda mulher que pedia era a mesma história. Ele batia de levinho, elas pediam mais, ele batia mais forte, elas pediam mais, ele batia na medida certa - e parava a história toda, preocupado pra perguntar se doía - elas se chateavam, nem esperavam acabar, desistiam da história toda, se vestiam, iam embora. Até que teve uma moça que sugeriu, baixinho, "bate", e quando ele bateu de levinho e ela não respondeu nada - nenhum traço de resposta - ele se sentiu emasculado. Pegou pesado. Bateu forte e não perguntou se doeu. A moça quieta. Ele bateu mais forte ainda. Ela começou a gemer. Ele pesou a mão e foi fundo no tapa. E noutro. E noutro. Foi sensacional. Foi então que ela olhou pra trás e ordenou, "me dá um soco". Ele se chateou, não esperou acabar, desistiu da história toda, se vestiu e foi embora.

Um comentário:

Sentimental ♥ disse...

putz, 8 ou 80.
mas tapinha é bom.
beijos